Total de visualizações de página

domingo, 24 de março de 2013

Seu Sol, Dona Lua - Capítulo Final



Como não podia fazer nada, deixou o menino partir...

Mas... Quando ficou só foi que notou a mudança. Começou a reparar melhor ao seu redor e viu que estava faltando algo. Sentiu falta do canto dos pássaros e do voo alegre das borboletas e dos beija-flores, das flores que inexplicavelmente se fecharam e então, o velho, pela primeira vez, sentiu uma grande tristeza. A tristeza de descobrir o amor tarde demais. Aquele menino tinha razão. Pensou em procurá-lo e pedir desculpas. Quem sabe teria muito que aprender com o Tempito. Será que ele o perdoaria? O velho então decidiu ir ao Orfanato do Temporal pedir ao menino para voltar. Quando ele o vê, corre em direção ao Tempo e o abraça forte:

- Eu sempre acreditei em você, meu velho. Eu tinha certeza que viria me buscar. Eu volto, mas com a condição de nós promovermos o eclipse e assim, trazer de volta a alegria.

O Tempo não tinha outra saída. Ou aceitava a condição do Tempito ou teria que voltar só. Quando chegaram à oficina, começaram a adiantar todos os relógios e dentro de instantes ouviu-se o som de carrilhões anunciando a chegada de Marte e Netuno, padrinhos dos noivos. Estavam todos lá: os outros planetas, todos os signos do zodíaco, as constelações, o arco-íris e milhares de estrelas. O Sol se coloca em seu lugar e espera nervoso sua noiva. A Lua chega meia hora atrasada e tendo as Três Marias como damas de honra. O Tempo então oficializa a união dos dois astros, sempre que venham a se encontrar. A cerimônia durou apenas alguns minutos, mas foi o suficiente para devolver a alegria e a esperança para todos.



Seu Sol, Dona Lua
de: Marcos Sá de Paula


Nenhum comentário:

Postar um comentário