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terça-feira, 19 de março de 2013

Seu Sol, Dona Lua - Capítulo 02



- Oi, que é você? – pergunta o Sol.

- Eu sou o Tempito, o novo ajudante do Tempo.

- Então o velho rabugento finalmente deu o braço a torcer e arranjou alguém para lhe ajudar. Já devia ter feito isso há muito tempo.

- Não fale assim dele. Por que você está tão mau humorado? E logo após um nascer tão bonito? – perguntou o menino.

- É que essa vida de Sol me enche o saco. Todo dia a mesma coisa: nascer às seis da manhã, se pôr às seis da tarde. Nunca acontece nada diferente...

Tempito não entende como um rapaz charmoso como o sol podia estar tão triste. Além de bonito, tinha uma roupa toda dourada e botas e capa de fogo que conquistariam qualquer estrela.

- Por que você não arranja uma namorada? Assim o seu mau humor passa logo.

- Quem você pensa que é para falar dessas coisas? – falou o Sol com ar de superioridade. – Você é apenas uma criança.

- Pois fique o senhor sabendo que as crianças amam mais do que os adultos – disse o Tempito.

- Não diga bobagem. Você não sabe o que está dizendo.

Enquanto eles discutiam, o Tempo acorda e como não vê o Tempito trabalhando, vai logo gritando:

- Tempitoooooo!!!! Deixe de conversa mole e vá já trabalhar!
- Mas eu já fiz tudo. Já varri, espanei e arrumei como o senhor mandou.

O Tempo olhou em volta e viu que realmente tudo estava nos seus devidos lugares e sem nenhuma poeira. Para não dar o braço a torcer, voltou a gritar:

- Se está tudo limpo e arrumado, então venha para eu lhe ensinar a dar corda nos relógios.

O Sol nunca foi com a cara do Tempo e reclamou:

-Ô velho chato, não brigue com ele. O menino estava apenas querendo me alegrar. Falava-me de coisas bonitas.

-Eu não o peguei no Orfanato do Temporal para conversar besteira. – Dá uma pausa e depois pergunta curioso. – De que coisas ele estava falando?

- De amor. Como eu estava um pouco de saco cheio, ele sugeriu que eu me apaixonasse para mudar um pouco a minha rotina.

-Amor, amor, que bobagem. Vocês deviam conversar sobre coisa mais séria. Amor... Imagine!

O Tempito não era de ficar calado quando não concordava com alguma coisa e foi logo falando desafiador:

- Amor é coisa séria, sim senhor. Ninguém pode ser feliz sem ele.


O Tempo já estava começando a se arrepender de ter escolhido um menino tão inteligente. Ele não estava acostumado a ser contrariado. Sem saber o que responder gritou:

- Não quero saber de conversa, venha já aprender a dar corda nesses relógios. O Tempito aprendeu rápido o que tinha que fazer. O Tempo fica observando admirado com a habilidade do menino quando viu que já eram quase seis da tarde e o Sol ali, com aquela eterna cara de galã de cinema, olhando o Tempito trabalhar.

- Seu Sol, será que eu vou ter que lhe dizer o que o senhor tem que fazer? Está na hora do senhor se pôr! – O Tempo começa a arrumar uma pasta para ir a Paris consertar um relógio quando nota o Tempito sentado em sua nuvem.

- Tempito, o que você está fazendo aí?

- Estou curtindo o pôr do Sol.

- Esse menino tem cada uma! – O Tempo sai preocupado. Agora ele tinha certeza que não tinha sido uma boa ideia adotar um menino tão inteligente. Ele ainda ia dar muita dor de cabeça. O Tempito fica em sua nuvenzinha curtindo o pôr do sol. O céu vai mudando de cor. Hora fica alaranjado, hora violeta, hora vermelho bem vivo. Quando o sol desaparece totalmente, o céu fica bastante escuro e aqui, acolá, começa a piscar uma estrela, até que ela aparece...


Não perca a sequência, quando o Tempito encontra a Lua!

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